Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.
Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista.
O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
Principais artistas:
Marcel Duchamp (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas. O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.
François Picabia (1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente com os principais movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.
MaxErnest (1891-1976), pintor alemão, adepto do irracional e do onírico e do inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em pintura e escultura. No Dadaímo contribuiu com colagens e fotomontagens, composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfície rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele. Como o artista não tinha controle sobre o quadro que estava criando, o frottage também era considerado um método que dava acesso ao inconsciente.
Man Ray (1890-1976), fotógrafo e pintor norte-americano, em 1915 conhece o pintor francês Marcel Duchamp, com quem funda o grupo dadá nova-iorquino. Em 1921 contata com o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma, criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.
Primeiro filme de Marcel Duchamp "Anemic Cinema" (1926), cujo título brinca com as letras da palavra cinema, põe em movimento esferas rotatórias ou rotoreliefs (discos em que Duchamp desenhou linhas e círculos concêntricos e excêntricos) que, ao girarem, provocam no espectador uma sensação estranha, como uma nova dimensão. Inscritas nos espirais, as letras vão formando frases indecifráveis, compondo um dos fenômenos visuais mais puros, sensíveis e fascinantes, em uma tentativa de se produzir filmes estereoscópicos.
Le Ballet mecanique (1924)
Dudley Murphy, produtor americano, propôs a Man Ray a realização de um filme dito "experimental". Com poucos dias de rodagem, Man Ray percebeu o quanto precisavam de ajuda financeira e o projeto ficou inacabado. O mesmo ocorreu quando Dudley ao se juntar a Fernand Léger, mas este tratou de finalizar o filme através de seus próprios meios, surgindo assim "Le ballet Mécanique" (1924), uma dança visual de ritmos mecânicos.
Man Ray - Le Retour à La Raison
Pintor e Fotógrafo, Man Ray fez seu primeiro filme "Le Retour à La Raison" (1923) em um só dia. O título se refere a um retorno a razão mas, paradoxalmente, o filme revela-se inteiramente sem razão. Utilizando-se de radiogramas, quadros feitos por objetos colocados diretamente sobre a película, como alfinetes e botões, o filme projetava efeitos metálicos na tela. O corpo nu de uma mulher foi um dos únicos elementos concretos do filme, que continha cenas comuns em um contexto incomum. Esta foi uma obra dadaísta, tanto pelos elementos utilizados quanto pelos seus resultados, uma vez que causou uma reação violenta na platéia sendo interrompida a projeção após três minutos.
Man Ray - Emak Bakia
Em 1927, Man Ray realizou seu segundo filme, "Emak-Bakia", título em basco que significa "deixe-me em paz". O filme inclui formas abstratas e outras não tão abstratas que se movem à luz. Man Ray volta a usar alfinetes, tachinhas e sal sobre a película virgem, desafiando toda estética tradicional. Assim, entre golas de camisas que dançam e sucessões de mulheres com pares de olhos pintados nas pálpebras, que ao se abrirem revelam olhos verdadeiros, o filme vai tecendo um efeito surpreendente.
Uma vez na beira de um riacho que corria invertido um menino perguntou ao sábio que estava sentado em cima de uma pedra o que era ayakamanakam, então o sábio respondeu:
Ayakamanakam é Alegria...
Ayakamanakam é Paz...
Ayakamanakam é Felicidade...
Ayakamanakam é Amor...
Ayakamanakam é Liberdade...
Ayakamanakam é Força...
Ayakamanakam é Curiosidade...
Ayakamanakam é Ousadia...
Ayakamanakam é Treze...
Ayakamanakam é Cubo...
Ayakamanakam é Onze...
Ayakamanakam é Caminho...
Ayakamanakam é Verdade...
Ayakamanakam é Vontade...
Ayakamanakam é Desejo...
Ayakamanakam é visão...
Ayakamanakam é Realidade...
ViVA AYAKAMANAKAM!
Ayakamanakam é Totalidade...
Ayakamanakam é Honestidade...
Ayakamanakam é Conhecimento...
Ayakamanakam é Luz...
Ayakamanakam é Sonho...
Ayakamanakam é Destino...
O menino então se põe a dançar!